Atualmente já existem catalogados mais de 100 transtornos do sono. Os mais frequentes são as insônias, a privação de sono e os transtornos respiratórios durante o sono.  Um desses transtornos respiratórios é a apnéia do sono, que quando não tratada pode levar a doenças cardíacas, acidente vascular cerebral e demência vascular.

Segundo o médico Dirceu de Campos Valladares Neto, diretor da FUNDASONO, os distúrbios do sono são responsáveis por acidentes do trabalho, baixa qualidade de vida, alterações de comportamento e mesmo baixo rendimento escolar e menor produtividade na indústria. 

Ele recorda que muitos acidentes de trânsito nas estradas são decorrentes de fadiga, da falta de sono adequado e de transtornos do sono. E mesmo casais experimentam problemas decorrentes de distúrbio de sono, quando um dos parceiros é afetado, por exemplo, com um transtorno respiratório de sono, acompanhado de ronco.

 

 

A maior parte dos transtornos do sono pode ser prevenida ou tratada, embora a Sociedade Mundial do Sono reconheça que menos de um terço das pessoas que padecem desses problemas procurem ajuda especializada. 

Os problemas de sono constituem uma epidemia global que ameaça a saúde e a qualidade de vida de mais de 45% da população mundial. Uma melhor compreensão das condições de sono e mais pesquisa nessa área da medicina poderão ajudar a reduzir esse ônus que são os distúrbios do sono na sociedade.

 

 

O Dia Mundial do Sono 2018 será comemorado com a seguinte temática: “Se ligue no mundo do sono, preserve seus ritmos e aproveite a vida”. O propósito é ressaltar a importância dos ritmos circadianos (ou seja, duração de cerca de um dia) para o sono.  

A iniciativa foi inspirada pelo prêmio Nobel em Fisiologia ou Medicina concedido em 2017 a três pesquisadores dedicados aos estudos dos ritmos circadianos, recorda o médico Maurício Viotti Daker, um dos dirigentes da FUNDASONO. 

Os ritmos circadianos são fenômenos biológicos que oscilam em ciclos de 24 horas. Eles estão presentes  em fatores como pressão sanguínea, temperatura corporal, níveis hormonais, número de células imunes no sangue e o ciclo de dormir-despertar.  Os ganhadores do Nobel foram Jeffrey C. Hall, Michael Rosbash e Michael W. Young.

 Além dos relógios biológicos, que produzem ritmos circadianos, fatores como luz solar também influenciam o processo. A regularidade dos ritmos circadianos promove a diminuição do risco de distúrbios do sono, dos transtornos mentais e das condições de saúde crônicas como obesidade e diabetes, lembra Maurício Viotti Daker. 

 

 

No caso brasileiro, o Dia Mundial do Sono terá uma comemoração mais ampla. Abrirá espaço para a Semana Nacional do Sono, a partir do dia 10 de março, sábado.

 

Serão promovidas palestras, exposição de arte e atividades em escolas, hospitais e entidades de classe.

 

Entre essas atividades, a exposição “Sono... luz” do reconhecido artista plástico mineiro Fernando Pacheco, na sede da FUNDASONO, na Alameda do Ingá 780, bairro Vale do Sereno, Nova Lima (Grande BH). Fernando Pacheco apresentará pinturas inéditas e inspiradas na temática do sono. Na abertura da exposição, dia 11, às 11 hs, será servido coquetel para o público. Na oportunidade, especialistas em sono irão recepcionar a imprensa e prestar esclarecimentos sobre a Medicina do Sono.

 

No dia anterior (10 de março) será promovida  palestra do médico Dirceu Valladares para professores do Instituto de Educação de Minas Gerais.  O objetivo será sensibilizar os mestres para a importância do sono no processo de educação. 

 

Já no dia 12 de março, segunda-feira, a rede FHEMIG (Fundação Hospitalar de Minas Gerais), em parceria com a FUNDASONO, promoverá palestra de especialistas no auditório do Hospital Galba Velloso, às 15 hs. 

 

Em 16 de março, o Dia Mundial do Sono, a FUNDASONO irá disponibilizar o site www.medicosdosono.org.br, com a relação de todos os profissionais da Medicina do Sono do Brasil com registro nos Conselhos Regionais de Medicina. A iniciativa é importante para que o público tenha acesso ao elenco de profissionais efetivamente preparados para exercer a profissão, conforme as normas vigentes no País. No caso brasileiro, a área de atuação (especialidade) é reconhecida desde 2013. Podem se tornar especialistas em Medicina do sono profissionais médicos das áreas de clínica médica, neurologia, otorrinolaringologia, pediatria, pneumologia e psiquiatria, após residência médica reconhecida pelo Ministério da Educação ou mediante provas de suas respectivas entidades profissionais.